GamePro / EUA
16-09-2011
Game se sai bem ao investir em modo cooperativo para 4 jogadores e novidades no multiplayer, além de caprichar na narrativa. Título chega ao Brasil em 20/9
É difícil imaginar que já se passaram cinco anos desde que o primeiro “Gears of War” foi lançado para Xbox 360, menos de um ano após a chegada do console da Microsoft ao mercado. E apesar de a série certamente ter amadurecido de várias maneiras durante esse tempo, ela não passou necessariamente por nenhum tipo de reinvenção de grande porte. No entanto isso não é algo inteiramente negativo.
Em vez de tentar colocar diversas mudanças que não pertencem à fórmula, a produtora Epic Games manteve sua franquia de ficção científica atual e interessante ao introduzir gradualmente novos recursos, ideias e melhorias que só tem a acrescentar à experiência de “Gears”. Ao fazer isso, eles preservaram a essência do que tornou sua franquia tão reverenciada, enquanto não deixaram que o novo game pareça apenas mais uma sequência preguiçosa.
“Gears of War 3” também se mantém fiel a sua filosofia. Apesar de algumas vezes parecer mais uma continuação dos jogos anteriores, ainda é uma experiência de ação muito mais refinada do que seus antecessores – e faz valer a pena conferir esse último capítulo da trilogia.
Mas “Gears 3” não é inteiramente destituído de novos recursos. Provavelmente a mudança mais notável introduzida no game é a adição do modo cooperativo para quatro jogadores. Jogar a história principal com até outros três jogadores não apenas torna a campanha mais divertida, como também permite mais oportunidades estratégicas.
A inclusão do modo para quatro jogadores também tem efeito na narrativa de “Gears of War 3”. Ao longo da campanha, um grupo de personagens terá realizar uma missão, enquanto outro terá de fazer uma tarefa completamente separada, muitas vezes localizada em um lugar inteiramente diferente no mundo do game.
Os caminhos desses diferentes grupos se cruzarão por várias vezes, o que faz com que o game frequentemente mude sua perspectiva para que você experimente eventos separados acontecendo ao mesmo tempo. Essas missões paralelas ajudam a dar um sentimento muito mais épico a esse confronto final entre os heróis humanos de “Gears” e seus inimigos Locusts.
Mas é uma pena que não é gasto mais tempo no desenvolvimento dos novos personagens de “Gears of War 3”. Existem muitas caras novas, mas suas histórias de fundo não são nem de perto tão desenvolvidas quanto as personagens regulares na série, como Marcus Fenix, Dominic Santiago e o resto da equipe “original” da Delta Squad. O resultado é uma história instável em que momentos memoráveis são ofuscados por cenas que te deixarão coçando a cabeça.
Também há alguns momentos emocionantes na trama de “Gears 3”, que é algo que a franquia havia explorado apenas de maneira mais leve anteriormente. Sem contar exatamente o que acontece, há alguns eventos inesperados ao longo da campanha. E mesmo que alguns desses momentos delicados pareçam um pouco estranhos e forçados no meio da carnificina e caos intermináveis, os riscos que os roteiristas de “Gears” aceitaram tornam essa a história mais forte da série até o momento.
E apesar de a experiência single-player do game ser deficiente em alguns aspectos, o mesmo não pode ser dito do seu robusto modo multiplayer. Na verdade, a experiência multiplayer é tremendamente satisfatória de modo geral. Favoritos da série como o retorno do modo de sobrevivência Horde, de “Gears 2” – que volta com melhorias notáveis como defesas e truques, como cercas de arame farpado que diminuem o ritmo das tropas inimigas.
No entanto, um dos modos mais excitantes de “Gears of War 3” é algo inteiramente novo: o modo Beast. Na superfície, é uma inversão do modo Horde em que você pode jogar como os caras malvados – a horda Locust – em vez de assumir o papel de Marcus e companhia. Mas é muito mais profundo uma vez que se torna uma corrida contra o relógio para destruir seus alvos humanos o mais rápido possível para adicionar tempo ao relógio, ao contrário do modo Horde, em que seu objetivo é ficar vivo o máximo de tempo possível.
Jogar como cada um dos diferentes personagens Locust também é algo diferente, já que algumas das classes mais volumosas se movem pelo campo de batalha de modo lento e dependem de poderosos ataques melee para derrotar os oponentes. Outros monstros como os Tickers ajudam seus companheiros monstruosos ao destruir barricadas e outras defesas. Há ainda uma centopéia gigante (chamada “Serapede”) que pode se mover rapidamente pelo mapa e só pode ser ferida por meio de ataques à sua cauda luminosa.
Mesmo que você só jogue a campanha de “Gears 3” e nunca mais volte a jogá-la, existem modos multiplayer e itens destraváveis suficientes para te manter ocupado por meses após o lançamento do título. O modo multiplayer de “Gears” já foi criticado no passado por ser algo raso que não compete com outros jogos de tiro, e os desenvolvedores fizeram um trabalho louvável em renová-lo de verdade dessa vez.
No final das contas, o fim da história de “Gears of War” finalmente está aqui. E mesmo que a fórmula da franquia não tenha sido realmente alterada, quem se importa? “Gears 3” não deixar de ser o título mais bem finalizado e satisfatório da série, e apresenta ideias novas o bastante para tornar mais do que válido jogar essa aguardada conclusão da história.