domingo, 21 de agosto de 2011

"O efeito tablet é real", mas não para a HP, diz CEO


Por PC World/EUA

Publicada em 19 de agosto de 2011 às 12h54
Atualizada em 19 de agosto de 2011 às 12h55

Lançado há apenas seis meses, TouchPad não sobreviveu a um mercado dominado por iOS e Android - e a próxima vítima poderá ser a divisão de PCs.

A HP acredita que os tablets têm um futuro promissor, mas funcionários da empresa disseram ontem, quinta-feira (18/8), que a reação ao primeiro tablet da empresa, o TouchPad, foi tão negativa que não fazia sentido continuar nesse mercado. Na muito aguardada previsão de lucros da compahnia, o CEO da HP, Leo Apotheker, esforçou-se para manter opções em aberto sobre a divisão de computadores, que poderia se tornar independente ou vendida.
"O efeito tablet é real", disse o CEO, "e nosso TouchPad não vinha ganhando força suficiente no mercado". E assim termina de vez a curta vida da HP no mercado de tablets.
A empresa está chamando o evento de transformação: na previsão de lucros de quinta-feira, os acionistas da HP foram informados sobre os planos da empresa de mudar de marcha, potencialmente derrubando seu papel de fabricante mundial de PC para de se concentrar nos setores mais lucrativos de sua multifacetada organização.
As novidades sobre a plataforma WebOS (somado ao abandono do TouchPad, a empresa também vai descontinuar telefones WebOS) não são totalmente surpreendendes.
Os consumidores têm falado, à luz do desempenho muito menos que estelar do TouchPad, que a decisão da HP de abandonar a produção dos tablets seis meses após o lançamento provavelmente foi a melhor para o interesse financeiro da empresa.
Separação dos PCs
Mas o anúncio de que a companhia também está considerando “uma separação parcial ou total do Personal Systems Group”, divisão de computadores e notebooks da empresa, não era algo esperado. A verdade seja dita, e ela está escrita nas paredes há algum tempo: O interesse do consumidor por PCs tradicionais tem diminuído, em grande parte, graças ao implacável iOS da Apple.
A receita de computadores de notebooks da HP caiu 4% desde o relatório do 3.º trimestre ano passado e, apesar de a divisão PCs continuar rentável, a queda de receita e o encolhimento de margens, associados ao fracasso da tentativa de entrar na corrida armamentista dos tablets, provavelmente azedaram o naufrágio da empresa, deixando-a sem mais recursos, em uma divisão cujo provável fim se aproxima.
Antes de anunciar a notícia surpreendente, os novos números de vendas mostravam que a HP tinha sido ultrapassada pela Apple nas vendas de notebooks e tablets. A Apple vendeu 13,6 milhões de unidades, entre eles, 10 milhões de iPads. Isso significa que a Apple vendeu mais em iPads do que a HP em notebooks, 9,7 milhões.
Durante o anúncio da previsão de lucros, Apotheker repetidamente deixou claro que eles estão simplesmente analisando as opções para PCs. "Eu quero que as pessoas entendam ... que a PSG faz parte da HP, e será gerida de uma maneira muito normal." Ou, mais resumidamente: ". Vamos nos abster de comentar até que a diretoria tome uma decisão."
Para coleção
Enquanto os diretores examinam a viabilidade de tranformar o setor de PCs em uma empresa independente - ou vendê-lo - tudo será "business as usual", o que significa que você provavelmente não deveria começar a tentar vender seu novo TouchSmart 610 como um item de colecionador.
Os fãs do TouchPad estão sem sorte.”Há cerca de um ano, apostamos no WebOS”, afirmou a CFO Catherine Lesjak. Não valeu a pena. “Ele teve reviews fortes, mas teve poucas vendas” e investir tempo e recursos para tornar a plataforma mais forte era simplesmente muito arriscado, sem sinais claros de retorno. Então a HP optou por eliminar o hardware por completo. Dito isso, a HP não anunciou a morte do WebOS - eles estão tentando explorar “alternativas estratégicas para otimizar o valor da plataforma de software."
“Passos decisivos nunca são fáceis, e mudanças não acontecem do dia para a noite”, ressaltou Apotheker no fim do anúncio da previsão de lucros. Uma HP sem computadores seria difícil de engolir, sem falar no súbito desaparecimento de um webOS promissor. Qualquer que seja a decisão da companhia quanto ao setor de PCs, fica claro que líderes de mercado não estão imunes aos ventos da mudança.
(Nate Ralph)

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