quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Conhecendo o Google Chrome OS

Rafael Rigues, PC World Brasil
15-12-2010
Novo sistema da Google nos convida a “viver na nuvem”. Mas será que dá pra ser produtivo usando apenas um navegador?
Chrome OS. Tá aí um conceito estranho. A Google quer que troquemos nossos notebooks com Windows, Linux ou Mac OS X por máquinas sem disco rígido, permanentemente conectadas à web e equipadas com um sistema operacional que é praticamente um navegador rodando em tela cheia. Os aplicativos viram sites web 2.0 e nossos documentos, músicas, vídeos e fotos serão armazenados “na nuvem” onde estarão sempre à disposição, desde que haja uma conexão à internet.
Em troca, as promessas são muitas: mais segurança graças a um recurso que repara o sistema automaticamente caso este detecte problemas ou modificações não autorizadas, mais agilidade, programas e sistemas sempre atualizados e backup automático de arquivos e configurações. Se um notebook com Chrome OS for perdido ou danificado, basta fazer login em outro e em questão de minutos tudo será como antes.
Mas será que é mesmo possível ser produtivo apenas com o que está disponível na web? Resolvemos experimentar passando um dia com o sistema da Google. Como a única máquina oficial com Chrome OS, onotebook-protótipo Cr-48, só está disponível para poucos afortunados nos EUA, tivemos de improvisar usando uma versão não-oficial do sistema adaptada para rodar em PCs comuns a partir de um pendrive.
Essa versão é batizada de “ChromiumOS Vanilla”, e foi criada a partir do código-fonte oficial do sistema (livremente disponível sob uma licença Open Source) pelo hacker Hexxeh. O arquivo disponível para download (baixamos a versão 0.8.71 de 28 de Outubro de 2010) tem cerca de 230 MB, e deve ser gravado em um pendrive de pelo menos 2 GB. As instruções podem ser encontradas no site oficial de Hexxeh.
Usando o sistema
Na primeira vez em que o Chrome OS é executado, surge na tela um assistente de configuração. É tudo muito simples, basta selecionar um idioma e informar qual conexão de rede deve ser usada, digitar seu usuário e senha do Google e usar a webcam para tirar uma foto para o seu perfil (opcional).
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Tela inicial de configuração do Chrome OS
Após o login surge em tela cheia o Google Chrome, praticamente idêntico às versões para Windows, Linux e Mac OS X já disponíveis. Se o navegador Chrome em seu PC estiver configurado para sincronizar preferências com o Google, todos os seus favoritos, extensões e temas serão automaticamente importados assim que você fizer login. 
Não há barra de tarefas, menu iniciar, gerenciador de arquivos, painéis de controle, ícones, pastas, bloco de notas ou paciência. A Google leva bastante a sério o slogan “a web, e nada mais”: toda a interface do sistema operacional se resume ao navegador, e não há nada além dele. Nada mesmo.
Os aplicativos são os mesmos serviços Web 2.0 que você já conhece e provavelmente já usa no dia-a-dia. E-mail? Há o GMail, Hotmail, Yahoo! Mail e outros. Pacote Office? Google Docs ou Zoho Office. Edição de imagens? Picnik e Aviary. Twitter? Há o Seesmic, Tweetdeck, Hootsuite e muitos outros.
Para facilitar a descoberta de novos aplicativos a Google criou uma loja online, a Chrome Web Store, que já está no ar e pode ser utilizada por qualquer usuário do Google Chrome. Basta visitarhttp://chrome.google.com/webstore. Os aplicativos são divididos em categorias, e além deles há temas e extensões para o navegador. Clicar em um aplicativo leva a uma página com mais informações sobre ele e um botão para fazer a instalação. 
chrome_webstore.jpg
Chome Web Store: aplicativos rodam dentro do navegador
Mas ao clicar no botão não será feito nenhum download. Basicamente, ao “instalar” um aplicativo tudo o que você faz é adicionar um atalho para ele, que será visível numa lista junto com seus favoritos e sites recentemente visitados sempre que você abrir uma nova aba do navegador. Basta um clique no ícone e o aplicativo abre em uma nova aba.
A idéia de fazer tudo dentro de uma aba do navegador é estranha a princípio, mas dá para trabalhar. Consegui ler e responder e-mails (usando o cliente web do Microsoft Exchange), escrever artigos (com o Google Docs) e editar e publicar imagens (com o Picnik), sem abrir mão de confortos como a Web Radio com minhas músicas favoritas (via Shoutcast.com) ou necessidades como o cliente de mensagens instantâneas (Meebo) que me conecta a colegas de trabalho.

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